Como identificar problemas na utilização de dados por associações sem fins lucrativos?

Como identificar problemas na utilização de dados por associações sem fins lucrativos?

Apesar de não ser óbvio, e de muitas vezes ser difícil, os dados têm muito potencial para melhoria dos processos de uma associação. No entanto, reconhecemos que muitas vezes é difícil identificar quais os principais problemas com a estrutura de trabalho atual, decidir por onde começar e perceber exatamente o que é que pode ser melhorado (e como). 

Neste artigo, percorremos os obstáculos mais comuns em identificar quais os principais problemas, estabelecer prioridades e, por fim, decidir qual a melhor forma de os resolver. Acreditamos que só conseguimos melhorar o que conseguimos quantificar e, por isso, o artigo é composto por uma série de questões com o objetivo de auxiliar as associações a quantificar e analisar a situação atual, tanto que se torne mais claro o potencial dos dados para otimizar os seus processos e, consequentemente, o seu impacto social.

Como identificar a existência de problemas

Mesmo as grandes empresas têm problemas com estruturação de dados, pela enorme complexidade dos processos e alterações muito dinâmicas nestes.

Recolher bons dados por vezes não é óbvio, e o terceiro sector tem muitas vezes preocupações mais urgentes. Ao longo destes anos, identificamos problemas comuns em todas as associações sem fins lucrativos, que conseguimos agrupar em três tópicos: estruturação dos dados, falta de pessoal qualificado na área e dificuldade em medir impacto. Para cada um destes temas, deixamos algumas questões que vão ajudar a compreender melhor qual a situação atual da associação. Em quais destas situações te revês?

  • Estruturação de bases de dados: 
    • Tens os dados em múltiplos ficheiros Excel e/ou em papel? 
    • Passas horas a tentar cruzar dados de ficheiros diferentes, para sumarizar os dados disponíveis?
    • Não sabes por onde começar para corrigir e/ou melhorar uma coleta de dados estruturada?
  • Falta de pessoas qualificadas na área
    • Não tens equipas especializadas em aquisição e tratamento de dados?
    • Sentes que a tua forma de armazenamento e tratamento de dados é otimizada para execução rápida, sem grandes preocupações sobre as consequências disso?
  • Dificuldade em medir impacto: 
    • Tens dificuldade em perceber como traduzir o teu impacto em indicadores objetivos?
    • Tens dificuldade em medir constantemente os indicadores que permitem perceber o estado da tua associação?

Se a tua associação respondeu afirmativamente a pelo menos duas destas perguntas, continua a ler!

Como começar?

Como referimos anteriormente, só conseguimos melhorar o que conseguimos quantificar. Ao responder às questões anteriores, já é possível começar a ganhar alguma clareza sobre potenciais problemas que a associação tem relativamente aos seus dados. Contudo, é sem dúvida complexo para as associações perceber quais os primeiros passos a dar para melhorar os seus processos.

Todas as associações recolhem dados:

  • Sobre o seu impacto: interações com as redes sociais, pessoas que visitam o website, questionários
  • Sobre as operações: formulários, campanhas, listas de clientes
  • Sobre donativos/finanças: quem doou quanto, o quê, e quando; gastos, receitas, inventário

No entanto, para garantir que a otimização dos processos de recolha e tratamento de dados não acontece de forma cega, recomendamos que a associação comece por mapear:

  • Como é o dia a dia da associação? Quais os seus processos cruciais para priorização?
  • Quais as principais dores e passos demorados no dia a dia, que envolvam informação de difícil acesso?
  • Definir uma matriz de impacto: quão fácil é alterar os processos (para melhor)? Qual o potencial impacto na associação?

Uma associação que consiga fazer o mapeamento destes três pontos, está muito mais perto de começar a identificar qual a solução que mais se enquadra especificamente ao seu contexto e às suas necessidades. O mapeamento dos processos e das principais dores ajudam a identificar em que momentos é que os problemas identificados anteriormente causam entropia no trabalho da associação e a matriz de impacto ajuda a identificar as prioridades para a solução. 

Num projeto com a DSSG, o levantamento desta informação é essencial para que a solução seja adequada a cada associação. A equipa da associação ajuda diretamente neste mapeamento.

Como resolver o problema?

Depois de identificado o problema, e qual o impacto no dia a dia da associação, as associações continuam a ter uma grande dificuldade de resolução do problema por falta de recursos, conhecimento ou tempo para desenvolver e implementar as soluções.

É precisamente aqui que se encontra a principal mais valia do trabalho da DSSG e da sua base de Makers (voluntários da área da dados), através da execução de projetos em conjunto com as associações. De que forma podemos ajudar?

  • Consultoria: 
    • Definição de erros encontrados e boas práticas
    • Suportar a adoção de ferramentas que podem facilitar a medição de impacto
  • Desenvolvimento

O desenvolvimento das soluções adequa-se quando as ferramentas existentes não respondem a 100% às necessidades específicas da associação. Implica um processo de levantamento de informação/necessidades: deixamos aqui alguns exemplos de projetos anteriores:

Recentemente, percorremos e documentamos todo o processo descrito neste artigo (identificação de problemas, mapeamento e execução da solução) com a MAD Panda

Todas estas associações têm algo em comum: recolhem dados, estão numa fase inicial da sua jornada de dados, e têm missões incríveis que beneficiam de todo o impacto e alcance possíveis.

Na DSSG, queremos garantir que os obstáculos não se sobrepõem à capacidade das associações de executar as suas ideias e as suas missões para criar um mundo melhor. É por isso que nos dedicamos tanto a garantir que os seus dados são otimizados e que as associações conseguem tirar o melhor partido possível, começando com passos simples.

Para saber mais sobre a nossa forma de trabalhar, recomendamos a nossa sessão Dados como um veículo para o IMPACTO, de 8 de fevereiro de 2023. Se este artigo ajudou a identificar alguns problemas, e queres saber mais sobre como resolvê-los, contacta-nos para uma avaliação inicial!